Iniciou no Museu
da Fundação Vale, em plena
zona portuária de Vila Velha,
no Espírito Santo, e que funciona
em um antigo armazém de
grãos, ao lado de uma estação
ferroviária, a mostra com a
retrospectiva da carreira de
Fernando e Humberto Campana.
A exposição Anticorpos: Fernando e
Humberto Campana 1989-2009
foi apresentada pela primeira vez
na Europa, entre setembro de 2009
e fevereiro de 2010, e
de escolher em 2009, a produção
dos designers brasileiros como
mote para a comemoração dos
seus 20 anos de existência.
A mostra está dividida em 9 setores
de natureza formal, ou seja, referentes
aos modos como os designers
se apropriaram de diferentes materiais
ao longo da sua carreira.
São eles:
AGRUPAMENTOS :
junção seriada de materiais normalmente
estranhos ao universo do design de produtos,
como as poltronas de EVA ou bichinhos de pelúcia.
FRAGMENTOS:
Colagens de materiais reciclados
( a famosa poltrona Favela, de tiras
de madeira)
ORGÂNICOS:
Relativo à forma orgânica,
inspirada em seres vivos
(o monumental sofá Boa, de tiras
serpenteadas de veludo)
PLANOS FLEXIONADOS:
Viés geométrico, de tendência racionalista
ou de volumetria pura ( a divertida
OBJETOS DE PAPEL:
Inspirados nos papelões de embalagens
recicladas ( sofá Papel)
OBJETOS TROUVÉS:
Apropriação de objetos e materiais inusitados,
como cordas (poltrona Vermelha), fibras
naturais, plástico bolha, um martelo,
um cobogó.
NÓS:
A volumetria vazada da poltrona
Yellow Corallo
VARETAS:
Semelhante à Nós, mas feita
com elementos descontínuos, como
na poltrona Black Iron Chair
HÍBRIDOS:
Justaposição de materiais orgânicos
e inorgânicos, naturais e industriais:
a interessante série Transplastic, que
reveste a singelas cadeiras de
plástico com bordado
volumoso de fibras.
Em conjunto esses núcleos testemunham
por onde caminhou o desejo de
surpreender dos designers
nessas duas décadas de carreira.
A maior parte dos itens provém
do acervo dos Campana,
o que dá ao visitante a possibilidade
de conferir protótipos de peças
que se tornaram marcas de sua
identidade criativa.
Há, por exemplo, duas unidades
da cadeira Vermelha, uma já puída
mas com volumetria mais de concha,
e oura formalmente mais estreita e alta,
adaptada às exigências da produção seriada.
Trazer a exposição para o Brasil foi
uma idéia acalentada pela
Fundação Vale desde 2008, pouco
depois de seu diretor,
Ronaldo Barbosa, ter visitado
a mostra My Home,
de autoria dos designers brasileiros,
também no Vitra Design Museum.
Impressionou-o a linguagem onírica
com que se misturaram a
fachada de fibra natural e
a instalação de fios de led no interior
do espaço expositivo,
um trabalho de natureza similar
às intervenções artísticas que o
no galpão dedicado à arte contemporânea.
A exposição segue para
Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo,
no Centro Cultural
Banco do Brasil.