palestrantes, a jornalista e especialista em
tendências de consumo, Luciana Stein,
que fez uma palestra brilhante,
"Muito Além do Cool Design".
Estamos vivendo o fenômeno do "agorismo"
todos desejamos o real time, todos somos
multitarefas, e procuramos por
gratificação instantânea.
Visualização do tráfego global on line
O mundo real, fluido e global,
inundado por informações o tempo todo,
está mudando as expectativas dos consumidores.
Com a divisão entre o mundo on line
e o mundo físico cada vez menos definida,
há uma inevitável saturação e surge o
desejo de filtros, limpeza e foco.
Há um deslocamento dos símbolos de status,
afinal hoje um número muito maior de pessoas
tem acesso ao que antes era privilégio de uma elite.
Imagem de trendwatching.com
Hoje não é mais a marca da bolsa que dá status,
e sim a qualidade da conversa.
Não é mais a marca do carro que dá status,
mas as histórias das viagens e experiências.
Não é mais a grife da roupa que dá status,
mas as habilidades especiais que se possui,
como por exemplo:
Ser generoso,
ter comportamento sustentável,
consumir menos,
ter agilidade digital,
saber,
imagem de Vendimidia
e usufruir experiências.
"Depois das necessidades básicas atendidas,
nós esperamos experiências emocionais
mais sofisticadas e significativas.
Essas experiências não serão simples produtos,
serão uma combinação complexa de produtos,
serviços, espaços e informação. "
Tim Braun
A partir deste ponto, utilizarei a postagem
em que ela fala específicamente sobre o
assunto da sua palestra,
"Muito Além do Cool Design. "
Os desejos de limpeza, filtro e foco se expandem a outras áreas.
Depois da aceleração e desgaste moda como segmento criativo,
alguns designers começam a se perguntar se sua
área de atuação não pode estar ameaçada pela mesma
velocidade dos lançamentos e pela o “desejo de status”
que o design alimenta.
David Report, diz que estamos vivemos uma
“Pandemia de Designismo” – um excesso de design.
David pergunta:
” – Por que os produtos de consumo não podem
coletar memórias como as poltronas de couro?
Quando vamos aceitar o envelhecimento como o sinal de uma vida rica?”
Na visão dele, o design tem de deixar de ser hiperativo
– como a internet – e encontrar maneiras genuínas
de enaltecer a qualidade do cotidiano e a experiência humana
“O DNA do design tem de ser reconfigurado.
Precisamos deixar o mundo melhor do que nós o encontramos”,
escreve em seu manifesto.
Ao mesmo tempo alguns designers como Philippe Starck evita usar o termo design.
Vocês devem ter visto a presença frequente
do sal grosso nos cardápios dos restaurantes brasileiros.
Rude, tosco, poucos ingredientes representam tão bem
o desejo de desintoxicação: sal grosso
para corpo, espírito e para limpar a casa.
Muitos dos últimos lançamentos no segmento da casa
evidenciam um questionamento
dos rumos do design e outros sugerem uma desintoxicação.
inspirada pela maneira com que os índios paraguaios sentam:
amarrando as pernas contra o colo.
A peça propõe uma outra maneira de se relacionar com o corpo
– deletando o objeto de sentar. O corpo se torna a própria cadeira.
Imagem do site da Vitra
mas ele parece que não está lá.
Eleito uma das 100 personalidadeas mais criativas pela
Trata-se de uma estrutura de policarbonato transparente.
A idéia de uma cadeira invisível não é nova.
Já foi feita por vários outros designers em outras épocas.
Com o evoluir da tecnologia, entretanto,
a cadeira invisível se torna ainda mais invisível
pela qualidade de transparência do material.
Outros designer apostam numa estética “não projetada”
– ainda que projetada por um designer.
Poderia ser apenas um caminho criativo, mas ele traz reflexão.
Pense na última coleção de móveis do arquiteto Marcio Kogan.
Ela partiu das peças que os trabalhadores constrõem nos canteiros de obras.
É cru, tosco, parece inacabado e vende muy bien na MICASA
Pense no lançamento da marca A Lot Of em Milão,
a cadeira “Homeless”, feita com cobertores entregues nos abrigos.
Com uma textura áspera, crua a peça traz o universo
dos desabrigados para dentro do design.
Imagem de Delas
Essas peças citadas acima trazem uma qualidade anti-industrial.
Esse é o princípio inspirador da instalação “Autharchy”,
do grupo “FormaFantasma”.
As peças são resultado de um processo artesanal
que propõe a autonomia na fabricação dos produtos:
as peças são compostas em 70% por farinha
e restos do cultivo da agricultura cozidas em baixa temperatura.
Tendências acontecem em ciclos.
E para fechar esse ciclo da desintoxicação,
fazemos um encontro entre o desejo de desintoxicação e a tecnologia.
Design detox + tecnologia = “Tecno Tosco”,
tendência explicitada nessa peça dos canadenses
Todos esses exemplos não são apenas ilustrativos.
Eles trazem uma nova qualidade ao cotidiano.
São produtos calcados numa outra sensorialidade.
São projetos que miram um pequeno e influente
grupo de consumidores mundiais que não se entusiasma
pela aquisição de mais uma cadeira assinada por um designer.
Eles desejam mais do que isso.
Eles querem produtos que estejam vivos,
que carregam memória – memórias deles mesmos,
de outros mundos, de outros viveres.
Esses exemplos que citamos propõem
uma evolução e um resgate.
Mais do que produtos em si mesmos, eles são sintomas de uma época.
Abaixo, a caixa de som para iPod de Marcio Kogan.
Acaba aqui o ctrl c ctrl v do blog da
Trendroom, que é imperdível
e ficará no meu blogrool dos favoritos.
Para finalizar, Luciana propõe:
Em uma sociedade saturada de coisas fofinhas,
bonitinhas, o resgate do passado,
da memória e do toque,
podem trazer a emoção que tanto falta
nas Casas- Clínicas.
No que ficou conhecido como o cool design,
minimalista dos anos 90.
Boa semana!
5 comentários:
Aninha
Muito bem! Continue assim.
Beijos (no Gafa, abraços).
Ivo
Aninha, vendo as fotos e lendo sua postagem, impossível não lembrar de Canclini e sua última e mais famosa obra: Culturas Híbridas: estratégias para entrar na modernidade, em que ele analisa as mais variadas formas de arte, e como elas tem buscado, mais ultimamente, esta tensão entre presente e passado. O Ipod no tronco de madeira, ou na caixa de som "retrô" são provas vivas deste hibridismo que permeia nossa pós-modernidade. Li o livro em inglês, mas o original é em espanhol. Se puder e quiser ler, vale muito a pena. Bjos
Aninha
Acabei de ler o comentário da Panda no teu blog.
Vá tar bem de nora assim na pqp!!! Isso que é comentário, e não aquela M que eu coloquei.
Beijos
Ivo
Ivo,
Kakakaka! Tem toda razão! por isso achei por bem fazer um copy/paste do seu e-mail e colocar como comentário!
Beijos
Panda,
O Sogronis tem toda razão mesmo: vá ter nora boa assim lá na pqp!!! Guria boa é isso aí!Vou procurar o livro e depois te conto, mas é bem possível que eu precise da sua ajuda na tradução!
Beijos
Alexandre,
Seja sempre muito bem vindo! Obrigada pelo comentário!
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